...vai, mais rápido, apoteose da civilização.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Bruno no planeta dos Homens.

Meticulosamente despreparado e desritmado, fui lá me aventurar pela terra dos homens. Entre arranhões e tapas na nuca, esporas na gengiva e algumas tachinhas na bunda, comecei a tentar entender o porquê das coisas e a processar minha adaptação à essa nova velha vida. Pensava, "que desilusão a minha, nunca será diferente, nunca haverá iluminação em uma caverna soterrada". Mas havia, um feixe de luz rompendo o mais apertado dos corações, um sopro de rejuvenescimento em olhos tão desacreditados. Era uma experiência quase plástica. Deixando de lado inexperiências e dogmas tão antiquados, viajava pela antropologia sem medo do que encontraria nem receio do que pensaria. Me concentrava simplesmente na árdua peleja de acreditar. As mãos tremiam, o corpo tremia, a consciência tremia, mas o foco era constante. Sem mais desperdício de momentos, sem irregularidades de caráter. Naquele instante eu me ajoelhei e chorei. Era a redenção de uma alma sem pecados. Talvez a vida não viva, mas ela de fato ganhou mais alguns anos.

domingo, 13 de maio de 2007

múm

Uma experiência quase plástica. Viajava pela antropologia sem medo do que encontraria nem receio do que pensaria. Me concentrava simplesmente na árdua peleja de acreditar. As mãos tremiam, o corpo tremia, a consciência tremia, mas o foco era constante.


Quer saber, miei de escrever algo proto-encorpado! Vou é propagandear mais uma vez a bandinha islandesa que me capturou. Ao mesmo tempo que Múm me inspira, deixa minha concentração totalmente focada na música. Eu nem tenho capacidade de escrever qualquer coisa sobre eles. Sabe quando você percebe que não consegue comparar uma sensação à nada, que tudo que lhe vem à cabeça é pouco? Pois então. Vou até colocar o link direto pro download, pra ser simples e direto.


E eu sei que é difícil alguém baixar mas poxa, deixem-me idealizar por um instante ok?

sábado, 5 de maio de 2007

Minha luta.

Exijo poder gritar a hora que bem entender. Esta angústia por liberdade que me corrompe dia após dia se vê cada vez mais oprimida por fundamentos que infelizmente são pertinentes ao funcionamento de um grupo maior de pessoas. Porque tenho tendências coletivas em um ambiente não-familiar e tendências individuais quando cercado por meus parentes? Seria a perturbação acumulada por tantos anos, o incessante falatório, telefones tocando à todo instante, cachorros latindo fervorosamente, televisões em volumes desnecessários? Ou quem sabe o acesso restrito ao meu canto, meu utópico lugar de descanso, onde eu na teoria poderia fugir de um cotidiano massacrante e pouco produtivo. Talvez a intensa austeridade ignorante e arcaica de meu segmento patriarcal, quem sabe? Mesmo assim, fora de meu ambiente domiciliar, minha preferência por números sempre foi subestimada e, ao final das contas, sempre acabava por ter minhas ambições pessoais frustradas. Pude perceber que havia deixado minha individualidade a mercê da individualidade de terceiros e esse sim é o maior pecado que uma pessoa pode vir a cometer. Porém, fui EU que o cometi. Ao me deparar com diversas situações diferentes, eu decidi como encará-las, como digerí-las. Nunca poderei dizer que escolhi as melhores opções, as mais saudáveis, mas elas eram minhas, independentes de aprovações e permissões, e isso é o que realmente importa. Resumindo de forma quiçá banal: poder trilhar seu próprio caminho, não estar sujeito à intervenções alheias a seu desejo. Vejo então que a concretização de minha emancipação se dará pelo retomar das rédeas de minha vida. Sistemático que sou, poderia controlar enfim o processo de minha convivência com o arredor. Ou não? Isso, porém, já é discussão para um dia mais triste.



múm, banda islandesa de gênero pouco ou quase nada rotulável. Música boa para momentos em que precisamos de um chill-out, seja ele alegre ou melancólico. Tem vários álbums deles disponíveis para download no idioteq, depois dêem uma conferida.